Friday, January 25, 2008

poemas e promessas (e desejos de)

uma mesa os separava, ele colocava as mãos juntas, apoiadas sobre a agenda que gritava compromissos sem importância, olhava pra cima, via os olhos pretinhos e rasos d´água, sorriso diferente, daqueles que vem junto com as lembranças, com as vontades e os sonhos difíceis.
pediram igual, café com pouco leite - café cortado, como se diz em terras porteñas - e um silêncio que mata, ele puxa um guardanapo de debaixo do pires, desenha uma bobagem, bonecos palito de mãos dadas, um coração em cima e, embaixo, um bilhete. diz pra ela guardar, pra sempre.
é um contrato, que não pode ser quebrado por nenhuma das partes, um acordo de se querer bem, mais do que bem, de se amar pra sempre, pra sempre, como nos filmes, como ninguém acha possível, mas eles sabem ser a verdade.
e é o que importa no final das contas, ou não? a verdade, eles dois sabem, sabem bem. beija o guardanapo com carinho, dobra e coloca nas mãos dela, sempre com gentileza, sempre.
paga a conta e sai pela porta, os olhos fundos d´água não se aguentam. voltam à vida normal.

e foi tudo lindo. todos os dias.
ele nunca vai esquecer.

5 comments:

Anonymous said...

Chorei lendo isso. Vivi todas essas sensações há pouco tempo. Ainda me dói.

Anonymous said...

e foi tudo lindo. todos os dias. ela nunca vai esquecer.

Anonymous said...

coiso lindo do meu mundo todo.

Anonymous said...

difícil deixar um amor passar e "voltar à vida normal".

[silêncio]

Anonymous said...

Saiu...sem dar boa noite.