Wednesday, November 21, 2007

de presente

dos caminhos da vida,
a gente não sabe é de nada.
dos cruzamentos de trânsito,
encontros de esquina,
café morfado esfriando sobre um guardanapo,
nele, um número borrado.
segredos ao meio dia,
confidências à meia noite.

a vida é cheia de curvas.
nas retas, levanta os braços,
fecha os olhos e abre um sorriso.

Monday, November 12, 2007

das voltas e do aprendizado

carlinhos era um cara simplório, de atos comedidos e sem muita ambição. um dia andava pela rua quando roberta furacão passa na sua frente, pisca um olho na sua direção e continua desfilando. carlinhos passa dias com aquela imagem na cabeça, aquele mulherão alí, dando sopa, se sente bobo por não ter ido atrás, queria ser mais despojado, menos tímido, essas coisas. sempre sentia que poderia aproveitar melhor a vida.
enfim, a vida passa e sem florear muito a história, carlinhos de uma forma ou de outra conhece roberta furacão e coisa e tal e acabam passando algumas noites juntos. não vou explicar como, mas foi o que aconteceu.
pois bem, um belo dia roberta furacão decide que carlinhos é pouco pra ela, aquele carinho todo, aquela coisa de amar, de cuidar e bla bla bla, não era pra ela, queria um homem com pegada, o famoso "me joga na parede e me chama de lagartixa". resolve então que carlinhos já era. coitado, coração em pedaços, carlinhos passa dias embaixo do chuveiro, chora pelos cantos de sua casa de chão de madeira, casa simples, claro, como ele, chorando, lembrando, olhando as fotos que tinha com roberta furacão. aquilo sim que era mulher, ele repetia. pros poucos amigos que tinha, chorava horrores.
encurtando a história mais uma vez, carlinhos se chama agora carlão, continua simples, amável e gentil, mas agora é carlão, sim, grande, crescido e sofrido. robertinha, bichinha, vive agora a reler os bilhetes de amor que um dia recebeu. olha pro lado e dá boa noite pro paulão, o que tem pegada, mas sem amor no coração.