Friday, June 20, 2008

reforma da casa e tocar o céu.

uma pessoa que sumiu
sem notícias
sem adeus
sem amor
sem volta

a vida costuma vez ou outra dar essas bofetadas, pra acordar, avisar que o buraco é mais embaixo, que nada é tão simples, nem as coisas mais simples, como 1+1 (pergunte a qualquer matemático mais teimoso, ele vai mostrar n maneiras diferente de provar que o resultado é outro além do esperado, com um sorriso no rosto. de deboche, claro.), nem como pular e tentar tocar o teto, o céu, qual a diferença? não tenho altura nem pra um, nem pra outro.
minha casa está em reforma, literalmente. as janelas primeiro de tudo, depois de refeitas em madeira, agora estão sendo pintadas de branco. depois vem as paredes, que ainda vou escolher as cores. o bom disso tudo, além de mudar a rotina da casa, é que vou percebendo o que vale a pena mudar, o que vai pro lixo o que vai nas estantes novas que vou comprar, os livros, os discos, os filmes, tudo sendo reorganizado, as lembranças, desenhos e fotos vão pra parede, de forma aleatória, as que dóem vão pra uma caixa preta, segura, esperando o dia de serem lembradas. pronto, saí da reforma da casa e entrei na reforma dos meus dias. não quero falar sobre isso, não agora. prefiro falar da minha casa, que tem chão de madeira, móveis improvisados e fios espalhados. minha bagunça. eu me acho.

Monday, June 02, 2008

da batida

me lembro do nosso primeiro carnaval,
do meio da confusão, fugimos pra um lugar melhor, um lugar nosso.
sentados num batente, debaixo de uma árvore,
contei meus segredos, falei que meu peito tinha uma batida muito maior
do que a percussão e um ritmo além da euforia da multidão que seguia o bloco.
ela gostou, sorriu e com o rosto corado,
me beijou o rosto, a boca e o coração.
eu fui feliz.