só um bilhete, espera que eu vou lá e pego um pra gente.
sentados no batente molhado de chuva, um cigarro pra relaxar e a fumaça, que se espalha no clima abafado, acaba dando enjoo.
dois jogos, quinze numeros em cada jogo. tu escolhe um e eu o outro. e a vontade de estar junto era tão grande que os numeros vinham sempre juntinhos, 1 e 2, 4 e 5, 12 e 13, e quando não eram em pares, colados, sempre tinham um motivo especial, a idade de alguém querido que nem existia, o número de filhos, os dias que pretendiam passar em algum lugar especial.
escolhidos os trinta números, dobro o bilhete, coloco no plástico da carteira de cigarro. entramos no carro, parado somente a alguns quarteirões e vamos pra casa, então me dou conta de que o bilhete não é mais necessário.
eu já ganhei na loteria.
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3 comments:
eu volto aqui e morro um pouco todos os dias. meu bilhete premiado.
tu merece ganhar nessa loteria, meu amor. sempre adoro tuas palavrinhas. beijo saudoso!
olha, rapha, faz tempo que não escrevo por aqui, mas de quando em quando leio teus textos.
este está lindinho.
continue por favor, não páre nunca, preciso das tuas idéias para os momentos de calmaria.
bjos!
raquelholanda
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