Friday, September 07, 2007

seu dotô,

na sala, a mãe estava aos berros. gritava que o filho ia morrer, que não tinha mais jeito, que isso, que aquilo.
as duas irmãs, desesperadas corriam de um lado para o outro - cozinha, quarto, quarto, cozinha - levando água e panos quentes, a pedido do doutor. os vizinhos se amontoavam sobre o muro, tentando saber o que estava acontecendo, preocupados com o filho mais novo da casa azul de portões largos.
no quarto o médico suava, tentando descobrir o que acontecia com aquele rapaz tão saudável e jovem. nada fazia sentido e o enfermo se contorcia todo de dor, fazia caretas e suava demais, demais.
a mãe, na sala, já havia rezado para todos as dinvidades possíveis e impossíveis, converteu-se em outras crenças, fez promessas e já ameaçava cortar seus cabelos como oferenda à um punhado de santos, só mesmo para que seu filho mais novo, o único varão da casa, pudesse ficar melhor.
o médico, que demorava a dar algum diagnóstico, sai do quarto, limpa a testa, respira fundo uma, duas vezes, olha ao redor, vê o pranto nos olhos das irmãs e diz, sem parecer ter dúvidas.
- O problema é sério. - respira fundo mais uma vez, procurando as melhores palavras para explicar o caso - Bem, o rapaz sofre de paixão.
A mãe, tonta, procura uma cadeira e desmaia.

6 comments:

said...

ô doença filha da puta, putaqueôpariu!

- mas é como ELE diz:

"Se o amor pudesse de repente compreender
Toda a loucura que um amor pode conter
Se ele pudesse, num momento de razão
Saber ao menos quanto dói uma paixão
Quem sabe o amor, ao descobrir a dor de amar
Partisse embora para nunca mais voltar
Mas me parece que uma prece ia nascer
Na voz daqueles que o amor mais fez sofrer
A lhe dizer que vale mais morrer de dor
Do que viver num paraíso sem amor"

said...

ah sim, eu tô tentando descobrir sozinha como faço pra botar o link com os blogs que eu visito naquele maldito layout que tá no meu blog, mas se eu não conseguir vou gritar pelo querido rapha, viu?

beijao honey!

ah, comé que tá o livro, já conseguiu começar a ler?

raphael villar said...

ca-ra-lho, ló.
que coisa linda.
meu poeta, meu poetinha.

e sim, sim, eu ajuda.

Anonymous said...

Moço, pior que parece que não, que vamos morrer desse mal, mas tem cura, sim. Danado é que tem que ser com outra dose do mesmo veneno. :)

display name said...

volta

O Capitão said...

o doença complicada essa...

abraços